Tes·sel·late

sexta-feira, maio 14, 2004

Cinza.

Hoje o dia amanheceu cinza. Clima terrível, nem frio nem quente, mas bem aquele estado intermediário que incomoda. Conforme fui subindo a rua e me aproximando da serra, o cinza aumentava.

Sumiram as casas e muros, ficamos eu e o céu, cinzas, um a encarar o outro. Muito estranho. Não entendi direito o porquê de TODA a extensão do céu estar cinza. Não importava pra qual lado do horizonte eu olhasse, tudo o que via era cinza. Nuvens, refração da luz, pouco importa.

Acredito que, no fundo, o céu não estava cinza. Quem estava cinza era eu.

Agora (na verdade, há algumas horas), entrei no meu mundinho virtual e ví que as coisas por lá também estavam cinzas. Meu humor estava cinza. Meus emails, cinzas. O que fiz para outras pessoas, sem querer, somente contribuiu para aumentar o cinza do meu coração.

Fiquei mais cinza ainda diante de todas as besteiras que um ser humano do sexo masculino, ingênuo e crédulo, pode falar ou fazer de errado (ou nem que não seja errado, acaba magoando quem gosta, ou acreditando no que não devia). O ser humano do sexo masculino citado sou eu.

É, por hoje chega, que apenas pessoas que eu gosto conhecem esse lugar e leêm minhas palavras. Se eu continuar nesse ritmo, acabo deixando todos cinzas também.

Preciso aprender a pensar antes de falar. Esta é mais uma ótima oportunidade.